s organizações e movimentos sociais articulados no Grupo Facilitador do Fórum Social Mundial 2018, cuja edição planetária foi realizada em março último em Salvador-Bahia com a participação do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, declaram sua solidariedade a Lula como preso político e conclamam as demais organizações e movimentos sociais internacionais
para que se somem às mobilizações que estão pressionando as autoridades do poder judiciário brasileiro para que cumpram com suas responsabilidades legais e reconheçam a ilegalidade do julgamento político, não jurídico, utilizado para condená-lo de forma arbitrária.
Após o golpe parlamentar, jurídico e midiático que derrubou em 2016 a Presidenta eleita democraticamente Dilma Rousseff, sem nenhuma base constitucional, o nosso país foi jogado em uma grave crise econômica, política e institucional que, além de atingir profundamente os direitos humanos, sociais, econômicos e ambientais da população brasileira, alterou o cenário político do Continente Latino Americano. Este quadro se agravou com a prisão política do presidente Lula, que sofreu um processo de exceção, no qual não foram apresentadas provas.
As organizações e movimentos sociais que atuam no âmbito do FSM são radicalmente contra qualquer forma de corrupção, seja ela realizada às margens das normas legais, ou mesmo sob o manto da legalidade. No entanto, a luta contra a corrupção não pode ser utilizada seletivamente
por setores comprometidos com a manutenção das estruturas econômicas internacionais para perpetuar os mecanismos que promovem a injustiça e as desigualdades em nosso continente e em todo o mundo.
A prisão política do ex-presidente Lula é uma tentativa de barrar um projeto bem distinto daquele que vem sendo imposto pelos interesses do grande capital internacional, do sistema financeiro e das empresas multinacionais que desejam somente o lucro, mesmo que à custas da milhares de vidas humanas; Defendemos que o povo brasileiro, que deseja a vida, saúde, segurança, paz, educação e bem estar social, possa escolher livremente o projeto que represente os interesses de sua maioria.
Neste sentido, para além de defender o direito do ex-presidente Lula de disputar o processo eleitoral, a defesa de sua liberdade é a defesa da democracia e uma prova de que o atual quadro de graves crises e de conflitos sociais no Brasil e em toda a América Latina somente poderá ser superado com a ampliação e a radicalização dos mecanismos democráticos.
As organizações e movimentos sociais que atuam no âmbito do Fórum Social Mundial alertam que o atual modelo de desenvolvimento centrado na dependência das fontes de energia fósseis como o petróleo e os modelos econômicos centrados na exportação de commodities por grandes empresas é insustentável e levará a humanidade a um grande colapso econômico e social. A recente greve dos caminhoneiros autônomos e o locaute de empresas de transportes, por exemplo, evidenciaram não somente a fragilidade e o isolamento político do governo ilegítimo de Temer, mas também a enorme dependência do país a poucos segmentos econômicos.
Por isso, reafirmamos que outro mundo é possível, é urgente e necessário, e que as bases deste outro modo de vida estão sendo discutidas, dialogadas e praticadas pelas organizações e movimentos sociais que participam dos processos do FSM. Defendemos que só a democracia
poderá permitir que a humanidade decida os rumos que deseja para reencontrar os caminhos da sobrevivência.
Por fim, reafirmamos que a prisão política do ex-presidente Lula é uma afronta à democracia, um profundo retrocesso histórico e deve ser repudiada em todo o mundo.
Em Defesa da Democracia
#LulaLivre
#ForaTemer
#OutroMundoéPossível
Organizações do Grupo Facilitador do Fórum Social Mundial – Junho de 2018.
http://www.fsm2018.rg
Para adesões: info@fsm2018.org