Um ano de golpe

O golpe completa 1 ano. A fatídica votação em que a Câmara dos Deputados instaurou o processo do impeachment da presidenta Dilma Rousseff ficará marcada como feia cicatriz na história do país. Jamais se vira espetáculo tão horrendo no palco do Congresso Nacional.

Dilma Rousseff, mulher honrada e batalhadora, a primeira presidenta da história do Brasil, eleita legitimamente com 54 milhões de votos, foi destituída pelo golpe parlamentar, executado por uma maioria de homens brancos, corruptos e grotescos, liderados por sr. Eduardo Cunha, com o beneplácito do Poder Judiciário e a campanha insana da grande mídia, capitaneada pela Globo.

Trata-se de um golpe de Estado, sem tanque nas ruas, mas não menos golpe por isso. Se não, qual o crime de responsabilidade cometido pela presidenta Dilma? Ninguém provou. Sintomaticamente, o deputado federal Jair Bolsonaro, na sessão de 17 de abril, dedicou seu voto a favor do impeachment ao Coronel Brilhante Ustra, responsável pela tortura de Dilma Rousseff e de centenas de brasileiros nos porões da Ditadura de 64.

Há 1 ano se definia a tragédia em curso no Brasil, que já transformou o nosso país de potência em ascensão à vergonha mundial. Cabe, então, perguntar: qual o resultado prático entregue pelo governo Michel Temer até agora? Como seu governo impactou positivamente a vida da maioria da população? Que políticas, medidas e ações do atual governo contribuíram para o progresso econômico, social e político do país?

A verdade é que quando comparamos o Brasil de Temer com a situação antes do golpe, constatamos que em 1 ano de governo golpista, o país retrocedeu 1 século. Desmonte do Estado de Direito. Recessão recorde. Desemprego recorde – já somos 13 milhões na fila dos desempregados. Endividamento recorde – metade das empresas e cidadãos. Desmonte dos Direitos Trabalhistas. Terceirização Geral, o que quer dizer precarização geral do trabalho. Desmonte da Previdência Social.

Congelamento por 20 anos dos gastos públicos em saúde e educação via PEC 55. Desmonte da Petrobras com queima de ativos da estatal, no auge do pré-sal, para o capital estrangeiro a preço de banana. Desmonte da cadeia da construção civil e da indústria da carne. Desmonte do Minha Casa Minha Vida. Extinção das Farmácias Populares. Extinção do Ciências Sem Fronteiras. Redução do acesso ao ensino superior, com o encolhimento do PROUNI e do FIES.

Todo esse conjunto de perversidades, eles alegam, é praticado em nome do ajuste fiscal e do controle das contas públicas. Por outro lado, no entanto, não tem ajuste fiscal na hora de aumentar os salários já altíssimos do Judiciário e do MP. Não tem ajuste fiscal na hora de perdoar 40 bilhões de reais em dívidas das teles, com a Oi à frente. Não tem ajuste fiscal na hora de o governo Temer bater o recorde com gastos em propaganda para a mídia golpista. Não tem ajuste fiscal quando quase 50% do orçamento público são destinados para os juros e o serviço da dívida pública, a favor dos banqueiros e rentistas.

A conta do ajuste só é lembrada para ser espetada no lombo do povo. E eis aí os vencedores do golpe: os corruptos, os agiotas, os entreguistas. O golpe foi feito pelo 1% para o 1% mais rico e poderoso da população. Perdemos nós, os que amamos a democracia, os que queremos desenvolvimento com inclusão social, com base na produção, no trabalho e na educação. O golpe é contra os pobres, as mulheres, os negros, os indígenas, a comunidade LGBT, os trabalhadores, a classe média, contra quem produz na indústria e no campo. O golpe, enfim, é contra o Brasil. Mas o Brasil, para o desespero dos golpistas, o Brasil é maior do que o golpe. Temos uma democracia para reconstruir. Mentiras não manipulam mais. A sociedade entendeu e já se mobiliza. Eles venceram a batalha, mas a vitória será nossa. A luta continua e que venha 2018!

Produção: Liderança do PT Bahia

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