JUSTIFICATIVA
Os índios quiriris foram os primeiros habitantes da região, sendo, no domínio português, catequizados pelos padres da Companhia de Jesus. No local da catequese, formou-se uma povoação, que teve rápido desenvolvimento a partir das entradas que penetravam o sertão baiano. Município criado com território desmembrado de Cícero Dantas e de Jeremoabo, por Lei Estadual de 13 de agosto de 1953. A sede, criada como distrito, em 1933, foi elevada à categoria de cidade quando da criação do município. O município leva o nome de Antas, em virtude do fato dos primeiros moradores terem encontrados várias Antas(animal) no local, assim, resolveram dar o nome de “Antas”.
Outra versão da história, retrata o episódio de maneira diferente, afirmando que teria sido encontrada somente uma Anta, ou mesmo, o nome teria sido dado por outro motivo.
Informações dão conta de que nenhuma das versões é perfeitamente comprovável.
Quero destacar que Antas conta com um ponto turístico bastante de características religiosas e, portanto, muito atrativo conhecido como Cruzeiro – cruz, erguida no Século XIX em ponto de difícil acesso na Serra Anane. É reverenciada pela comunidade principalmente na época dos festejos da Semana Santa, quando tradicionalmente os moradores acordam de manhã cedo e seguem para lá em silêncio ou murmurando orações. É um momento de religiosidade profunda, de conversa íntima com o universo do divino, de pedir e de agradecer. Materializadas nas formas de ex-votos, as graças concedidas são depositadas nos pés das cruzes.
A quantidade de objetos que o tempo acumulou oferece testemunho da força do local. Muitos pedidos foram realizados: curas, desejos, aspirações, tudo o que é importante para a vida. Algumas crianças que tiveram o destino de morrer “pagãs” também estão enterradas em pequenas covas ao redor do cruzeiro. Os locais de sepultamento são lembrados com cruzes azuis que surgem do mato de flores amarelas. É um espaço de muito respeito.
Conta-se que certa vez um homem bêbado brincou com os ex-votos, jogando alguns deles na mata da encosta da serra. Ele morreu pouco tempo depois, e seu fantasma apareceu para um amigo pedindo-lhe para que recuperasse os objetos e que os depositasse novamente ao pé da cruz. O amigo atendeu ao pedido, mas não conseguiu encontrar todos. Faltava um único, que o próprio fantasma teve que encontrar e dizer a localização: próximo a um pé de facheiro, escondido dentro de um gravatá. O amigo então conseguiu recuperar o que faltava e a alma do homem descansou.
Finalizando, quero parabenizar a todos os amigos e amigas antenses, a administração local e a toda bancada de vereadores pelos 64 anos de emancipação política do município de Antas e, em tempo, desejar progresso e desenvolvimento social, econômico, cultural e político para a cidade e seu povo.
Dê-se conhecimento da presente Moção à Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores, a imprensa e ao Diário Oficial desta Casa.
Diante do exposto, aguardo presteza no deferimento desta solicitação.
Sala das Sessões, 08 de agosto de 2017.
Fátima Nunes
Deputada Estadual-PT/BA