Indicação de Alexandre Moraes

A indicação do Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal – STF -, criou perplexidade em alguns setores da sociedade. Moraes será o relator das ações da Lava Jato no plenário do STF. Sua indicação coaduna com o roteiro traçado por Romero Jucá na gravação divulgada por Sérgio Machado. Segundo o conteúdo do áudio, o golpe contra Dilma Rousseff foi dado para estancar a sangria promovida pela Lava Jato. Isso é de conhecimento público e foi amplamente divulgado pela imprensa alternativa principalmente nas redes sociais. Ou seja, o presidente golpista Michel Temer está seguindo a risca a tese de Jucá, acerca de um grande acordo nacional, inclusive com o STF, para impedir que a Lava Jato chegue aos seus aliados mais próximos.

Vale ressaltar o envolvimento do Ministro Gilmar Mendes na indicação de Alexandre de Moraes, bem como a falta de decoro por parte do ministro do STF, que age como advogado-geral da união e como defensor privado de Temer. Não podemos ignorar que Temer é réu em uma ação que será julgada por Gilmar Mendes no TSE. Este fato deveria fazer com que encontros entre o Presidente golpista e o ministro do supremo fossem rechaçados, mas em tempos excepcionais, atitudes excepcionais parecem ser toleradas pela mídia-empresa.

Também é importante ressaltar o currículo de Alexandre de Moraes, quando o mesmo ocupou diversos cargos públicos. Filiado ao PSDB, Moraes se notabilizou por emitir opiniões e realizar ações que vão de encontro a jurisprudência relacionada aos direitos fundamentais. Seu currículo é recheado de abusos, tais como a defesa da tortura, a anacrônica e absurda proposta de erradicação da maconha na América Latina, um plano nacional de segurança que foi duramente rechaçado por especialistas, crise no sistema penal brasileiro, matanças em presídios, acordos com o PCC, uso de força excessivo por parte da PM para com os estudantes de São Paulo.

A lista de absurdos cometidos pelo mais novo ministro do Supremo é enorme, e revela o quão distante da realidade este governo golpista se encontra. Em qualquer regime democrático, um currículo deste impediria o cidadão de ser Ministro da Justiça. No Brasil do século XXI, estas ações de Moraes se tornaram objeto de qualificação para a ocupação de uma vaga na suprema corte. A reação contrária a nomeação de Moraes foi significativa, mas restrita aos apoiadores da democracia no Brasil, as mesmas pessoas que bradavam contra a corrupção no governo do PT estão em silêncio para a cachoeira de absurdos que se tornou lugar-comum no Brasil contemporâneo.

Fonte: Assessoria da Bancada Estadual do PT/BA

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