Monte Santo é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2013 era de 54.884 habitantes. Ficou conhecido na história do Brasil por ter sido o quartel-general do exército durante a Guerra de Canudos em 1897. Além disso, em 1784, no interior do município de Monte Santo, foi encontrado a Pedra do Bendegó, o maior meteorito já encontrado em solo brasileiro.
Relatos referentes à sua fundação, contam que, em outubro de 1775, Capuchinho Frei Apolônio de Toddi que se encontrava na aldeia indígena de Massacará (hoje situada no Município de Euclides da Cunha) foi convidado pelo fazendeiro Francisco da Costa Torres a realizar uma missão de penitência na Fazenda Lagoa da Onça, de sua propriedade. Ali chegando, encontrou o lugar tomado por uma grande seca; devido à escassez de água, não realizou a missão, decidindo, então, seguir para o logradouro de gado denominado “Piquaraçá”, onde existia um olho d’água abundante, conhecido atualmente como “Fonte da Mangueira”, localizado no pé da serra.
Frei Apolônio de Toddi, ao apreciar a serra, ficou impressionado com a semelhança desta com o calvário de Jerusalém e convidou os fiéis que o acompanhava a transformar o Monte em um “Sacro-Monte”, rebatizá-lo com o nome de Monte Santo, marcando seu dorso com os passos da Paixão. Logo em seguida, mandou tirar madeira e iniciou a armar uma capelinha para a missão, ordenando ainda que fizessem cruzes para a procissão rumo ao pico do monte. A cada parada, durante a jornada, os fiés fincavam as cruzes em espaços regulares, na seguinte ordem: a primeira dedicada às almas; as sete seguintes representando as dores de Nossa Senhora e as quatorze restantes lembrando o sofrimento de Jesus em sua caminhada para o Monte calvário em Jerusalém.
Em primeiro de novembro do mesmo ano, o frei pediu que aquele local não mais fosse chamado de Serra do Piquaraçá – nome proveniente de uma planta nativa e em abundância na região, o “araçás”-, mas que passassem a chamá-lo de Monte Santo e, ao partir, rogou a todos que construíssem capelas e visitassem sempre as santas cruzes. E assim, os fies construíram as capelas: as menores e a de tamanho médio, a do Senhor dos Passos e a de Nossa Senhora das Dores; a maior, no final do trajeto, com uma distancia de aproximadamente 04 km da sede, a capela de Santa Cruz, onde ficam as imagens de Nosso Senhor Morto, Nossa Senhora da Soledade e São João Evangelista.
Em 1790, devido às grandes romarias a um santuário que não estava totalmente construído, o local foi elevado à Categoria de Freguesia por Decreto de Lisboa, recebendo o nome de Santíssimo Coração de Jesus de Nossa Senhora da Conceição de Monte Santo, sendo nomeado o seu primeiro pároco o Padre Antônio Pio de Carvalho.
Os primeiros povoadores de Monte Santo foram Francisco da Costa Torres, da Fazenda “Laginha”, Domingos Dias de Andrade, José Maria do Rosário da Fazenda Damázio e João Dias de Andrade.
Em 1794, foi criado o Distrito de Paz de Monte Santo, pertencente ao Termo da Vila de Itapicuru de Cima. Em 21 de março de1837, por força da Lei provincial nº 51, foi o povoado elevado à categoria de Vila, que criou também o Município, ocorrendo à inauguração em 15 de agosto do mesmo ano. O Município recebeu o nome de Coração de Jesus de Monte Santo, sendo seu primeiro prefeito o Padre José Vítor Barberino.
Em 28 de junho de 1850, o Distrito de Paz foi elevado à categoria de Comarca, pela Lei provincial nº 395, sendo seu primeiro Juiz de Direito o Bel. Boaventura Augusto Magalhães Taques. Em 25 de julho de 1929, a Vila foi elevada à Cidade, pela Lei Estadual nº 2.192, voltando a receber o nome de Monte Santo.
A fama do local sagrado percorreu todo o Sertão, o Brasil e alcançou até o exterior. Peregrinos de toda parte visitam o Santuário para pagarem promessas e pedirem graças. Subir o monte, de ladeira íngreme, construída de pedras, ladeada por balaústres, é indispensável àqueles que visitam Monte Santo. Ao longo do caminho, de quase 4km, encontram-se 23 capelas, sendo que suas alvenarias chamam atenção por representar os quadros da Via Sacra de Cristo. Localizado a 500 metros acima do nível do mar, a paisagem do alto do monte é belíssima: avista-se toda a cidade, os vales e montanhas que circundam o município. À medida que o visitante vai subindo a serra, o clima vai ficando mais ameno e a brisa no rosto provoca uma sensação de bem-estar e prazer, envoltos pela áurea sagrada da localidade.
Além de ser um local sagrado, o município tem grande relevância na história do Brasil aliado a outros fatos importantes: a relação com Canudos, que se iniciou quando este era apenas uma fazenda de gado pertencente ao município de Monte Santo, e que se manteve durante a Guerra de Canudos, mais precisamente em abril de 1897, quando o exercito brasileiro utilizou-se da localização geográfica de Monte Santo ao montar uma base para as operações contra os integrantes do movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro; o músico de grande versatilidade, Gereba, natural de Monte Santo e que realizou importantes projetos para a música brasileira como instrumentista, compositor, arranjador e produtor cultural; e, o meteorito de Bendegó, o maior e o mais famoso dos meteoritos encontrados no Brasil, que hoje está em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro, e que foi encontrado, em 1874, por Joaquim Bernardino da Mota Botelho, a 48 quilômetros da cidade de Monte Santo e a 180 metros do riacho Bendegó, que nomeou o meteorito.
Com esta Moção de Aplauso, procuro, de forma singela, homenagear os munícipes e destacar a importância de Monte Santo para todos nós brasileiros.
Assim aproveito a presente moção para externar a todos os monte-santenses as minhas felicitações por essa data tão significativa para um povo simples, hospitaleiro e ordeiro. Como amiga desta cidade, não poderia deixar escapar de mim essa lembrança. Que o desenvolvimento seja a mola-mestra para a alavancada da prosperidade do município, de tal modo que seu povo possa partilhar dos frutos de todas as conquistas.
Diante do exposto, requeiro aprovação desta Moção de Congratulação e Aplausos para os cidadãos desta cidade, que são verdadeiros responsáveis pelos 180 anos de muitas lutas e conquistas do Município.
Dê-se conhecimento da presente Moção à Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores de Monte Santo, a imprensa e ao Diário Oficial desta Casa.
Diante do exposto, aguardo presteza no deferimento desta solicitação.
Sala das Sessões, 21 de Março de 2017.
Fátima Nunes
Deputada Estadual – PT/BA