O Dia da Consciência Negra, nesta quinta-feira, 20 de Novembro, foi destaque entre os deputados petistas na Assembleia Legislativa da Bahia. Os parlamentares usaram o plenário para destacar a importância da data e resgatar a memória de personalidades que lutaram por seus direitos e pela liberdade do povo negro. O Brasil é constituído majoritariamente pela população negra (55,8%), e, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia foi o estado onde mais cresceu a participação das pessoas negras na população.

Para o líder do PT na Alba, Deputado Marcelino Galo, o 20 de novembro se carateriza no Brasil como um dia de luta e lembra que, foi no Governo Lula, em 2003, que o Dia Nacional da Consciência Negra foi inserido no calendário escolar e, anos depois, já no Governo Dilma, a Lei nº 12.519 foi sancionada e a data oficializada como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. “É o dia da desmistificação da Lei Áurea, como se a Princesa Isabel tivesse feito a benesse de uma abolição que não existiu. Esse país viveu 300 anos de escravidão e precisa da verdadeira libertação dos negros, incluindo um mercado de trabalho digno, educação, saúde e uma condição de igualdade entre homens e mulheres, negros e brancos. Precisamos da verdadeira abolição, aquela que será feita pela luta da classe trabalhadora e do povo negro deste país”, ressaltou Marcelino Galo.

A presidente da Comissão Especial de Promoção da Igualdade na Alba, deputada Fátima Nunes, avaliou que o racismo ainda precisa ser superado no Brasil. A parlamentar afirmou que, no país, o preconceito e a desigualdade social são enfrentados todos os dias pela população negra. “Nesse Novembro Negro, apesar dos 519 anos de Brasil, as marcas do racismo e da dor, deixadas pelo longo período da escravatura, ainda persistem. Mas, na nossa história temos homens e mulheres como Zumbi e Dandara que lutaram para construir uma Bahia e um Brasil, onde a população negra pudessem ter vida digna, com liberdade e direitos. Nesse 20 de novembro levamos o nosso grito por justiça, para que nunca mais vidas sejam ceifadas pelo preconceito e pelo racismo”, ponderou Fátima.

O deputado Jacó classificou o 20 de Novembro como um dia de luta e de resistência dos milhares de negros e negras escravizados, que lutaram para a construção do país. “É um dia de luta, de reflexão e de resistência nesses tempos de intolerância, ódio e preconceito. Reafirmar o 20 de novembro aqui na Bahia é afirmar que o nosso Estado é terra de luta onde a tirania não irá prospera”, disse Jacó.

A deputada Maria del Carmen chamou a atenção para as dificuldades enfrentados pela população de Salvador, a cidade mais negra do país e com maior comunidade de afrodescendentes do mundo fora de África. Segundo ela, existe uma dívida histórica com a população negra, onde as marcas da escravidão ainda estão presentes. “Nessa data, é mais do que necessário chamar a atenção para os problemas que ainda existem. O que foi chamado de Abolição da Escravatura na realidade não aconteceu, porque os negros foram libertados sem nenhuma condição de viverem uma vida digna. O 20 de novembro é importante para que possamos buscar a reparação necessária e garantir a igualdade em nosso país”, destacou del Carmen.

Para a presidente da Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da Alba, deputada Neusa Cadore, o mês de novembro representa um período importante, especialmente na Bahia. A petista afirmou que o racismo é fruto da intolerância, desigualdade e violência, e acredita que o 20 de novembro significa luta, resistência e esperança. “Percebemos a força dos movimentos que buscam pautar essa reparação que o nosso país deve à sua população, em sua maioria à população negra. É extremamente importante que o racismo possa ser de fato superado e haja uma mudança cultural na Bahia e no Brasil. É importante também reconhecer que o racismo está na base dos desafios da sociedade brasileira nessa conjuntura tão difícil”, ponderou Neusa.

Na opinião do deputado Paulo Rangel, o Dia da Consciência Negra é uma data que deve ser mais do que lembrada em todo o país, independentemente de cor racial. “O 20 de novembro deve ser comemorado por negros, brancos e pardos porque se trata de relembrar a memória de milhões de escravos que fizeram desta Terra o que ela é, e lutar também para que Ela alcance o desenvolvimento e o progresso que precisa. Essa é uma comemoração devida, assim como é a nossa dívida com o povo afrodescendente”, destacou Rangel.

O deputado Osni Cardoso destacou a representatividade do Dia da Consciência Negra para os baianos, e criticou a estatística de negros mortos em todo o país. “O 20 de novembro é dia de luta e também dia de pedir justiça por Moa do Katendê, Marielle Franco, Ágatha Félix e tantos outros que lutaram e tiveram suas vidas ceifadas por maldade de muitos. Precisamos resistir”, disse Osni.

O líder do Governo na Alba, deputado Rosemberg Pinto, destacou a resistência do povo negro e a luta contra a discriminação racial. “Em nome do Partido dos Trabalhadores, quero me manifestar no sentido de demonstrar para a sociedade brasileira que a luta continua. A cada dia nós precisamos estar atentos e garantir uma sociedade menos desigual”, afirmou o líder governista.

Para o deputado Robinson Almeida, ainda há muito pouco a ser comemorado nesse 20 de novembro, já que o Brasil é um país dos mais desiguais do mundo, especialmente com o povo negro. “Há a predominância de um racismo histórico e estrutural, que organiza essa desigualdade, seja no mercado de trabalho, nas oportunidades de moradia, educação, saúde e todos os serviços públicos. Temos que fazer do 20 de novembro um grito pela liberdade, justiça e promoção da igualdade racial. Viva Zumbi, viva Mandela, Dandara e a luta do povo negro”, ressaltou Robinson.

O deputado Zé Raimundo destacou que o Dia da Consciência Negra deve ser reverenciado no Brasil inteiro pela grande luta da libertação dos escravos e a morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1965. “É uma data para também refletir sobre o presente. No caso do Brasil e, especialmente da Bahia, é um momento singular porque representa uma construção de um país mais igualitário, e que precisa abolir o racismo e a discriminação histórica que os africanos escravizados foram vítimas e, posteriormente, os afrodescendentes”, concluiu Zé Raimundo.
Ascom PT na Alba