No último final de semana, a deputada estadual Fátima Nunes, grande amiga e ex-companheira de parlamento, foi alvo de um ataque absolutamente lamentável perpetrado pelo também deputado estadual Marcell Moraes. Um episódio violento ao qual nenhuma mulher, inserida ou não nos espaços públicos de poder, jamais deveria ser submetida. É vergonhoso e ultrajante que este tipo de comportamento de bases machistas e misóginas esteja vivo nos discursos de alguém eleito pelo povo para estar na Casa Legislativa, um lugar onde absolutamente todos deveriam sentir-se seguros e representados com o mínimo de respeito, educação e decência.
Enquanto deputado, não posso me silenciar diante desta agressão a uma colega. Enquanto amigo, ofereço minha total solidariedade à essa mulher incrível, que simboliza a luta e a garra da mulher sertaneja. E, enquanto homem, me sinto na obrigação de lembrar que o machismo é uma prática da qual nenhum de nós está imune, e que é necessário que estejamos sempre alertas para não reproduzi-lo mais. Além disso, a prática é tão danosa quanto a conivência. É nossa obrigação não calar diante de qualquer tipo de agressão feita a uma mulher, seja ela física, emocional ou moral.
Desta forma, aproveito para também me solidarizar com a jornalista Silvana Oliveira, da rádio Sociedade, outra vítima recente dos discursos raivosos, grosseiros, ofensivos, machistas e, desta vez, também racistas vindos do parlamentar em questão, que é protagonista de outros episódios violentos, já amplamente divulgados pela imprensa. É de uma profunda infelicidade que este tipo de hostilidade ainda aconteça em nosso país.
Todo ato de violência nasce de uma insatisfação da própria pessoa com sua incapacidade de argumentar. Por isso, se informem. Quem sabe assim, não precisemos presenciar novamente cenas vergonhosas como essa, e possamos enfim efetivamente trabalhar pelo melhor para o povo, com faz a deputada Fátima, sem se rebaixar ao uso do ódio.
Estamos juntos, minha amiga.
Deputado Federal Joseildo Ramos (PT-BA)