A morte de Dona Marisa e a cultura do ódio no Brasil

A morte de Dona Marisa, no último dia 3 de fevereiro, despertou diversas manifestações de carinho e de solidariedade, mas também de ódio e desprezo pelo sofrimento alheio. Desde a publicização do quadro clínico como um AVC (Acidente Vascular Cerebral), opositores dos governos do PT expressaram mensagens de ódio endereçadas à Dona Marisa e ao seu marido, o Ex-Presidente Lula. É consenso entre diversos estudiosos da sociedade contemporânea que estamos vivendo um período histórico de ascensão da intolerância nas suas mais variadas expressões.

A cultura do ódio associada a relativização da opinião qualificada tonificam o ambiente de crescimento de ideologias conservadoras onde as expressões de ódio se tornam um lugar-comum na dinâmica social. Não se trata mais de especulação. Os fatos nacionais e internacionais demonstram que o mundo entrou numa nova era dos extremos. Há uma ligação intrínseca entre essas expressões de ódio e a eleição do novo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, por exemplo.

Uma parcela da sociedade brasileira ficou chocada com os diálogos dos médicos responsáveis pelo tratamento de Dona Marisa, que desdenhavam do seu estado de saúde, vazaram exames da paciente e, em alguns casos, chegaram a instruir como assassinar Dona Marisa em determinado procedimento, cuja finalidade era salvar a vida da paciente. A normalidade pelo qual encaramos estes atos é sintomática quanto ao nosso período. Alguns dos médicos que participaram destes atos atrozes estão sendo demitidos em virtude da repercussão que o caso ganhou nas redes sociais e não na grande mídia.

O PT deve se preparar para um longo período de lutas em função da crise do neoliberalismo que se tornou, de forma paradoxal, o combustível para o surgimento do conservadorismo econômico e político, além de estar intrinsecamente relacionado ao fim de um ordenamento internacional unipolar, o que torna o mundo menos estável e propício ao surgimento de políticos como Trump, Le Pen, João Dória e Jair Bolsonaro.

Fonte: Assessoria da Bancada Estadual do PT/BA

Rolar para cima